2:48:20
Somos os homens ocos
Os homens empalhados
2:48:25
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
2:48:32
As nossas vozes esgotadas,
Quando juntos sussurramos
2:48:35
São silêncio sem sentido
Como o vento na relva seca
2:48:39
Ou passos de ratos sobre cacos
Na nossa adega evaporada
2:48:43
Ele está mesmo ligado!
2:48:44
Forma sem forma,
sombra sem cor,
2:48:50
Força paralisada,
gesto sem vigor;
2:48:55
Sabes o ele está a dizer?
2:48:57
Aqueles que cruzaram
Com olhos directos,
2:49:00
Isto é dialéctica!
Uma dialéctica muito simples
2:49:02
sem talvez, sem suposições,
sem fracções.
2:49:06
Não se pode viajar no espaço,
não se pode ir ao espaço
2:49:09
com fracções.
2:49:11
Aterra-se sobre quê?
Um quarto e três oitavos?
2:49:13
Que vais fazer quando fores
daqui até Vénus?
2:49:16
Isso é dialéctica... é física.
2:49:18
A lógica dialéctica é que apenas
existe amor e ódio.
2:49:20
Ou se alma alguém
ou se odeia alguém.
2:49:23
Imbecil!
2:49:27
É assim que o mundo acaba.
Olha para a merda onde estamos.
2:49:32
Não com violência,
mas com um lamento.
2:49:35
E, com um lamento,
vou pirar-me daqui.