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O meu pobre gato.
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Que faço contigo?
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Não és da minha família, nem nada.
És só o filho de um vizinho, certo?
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Estou certa?
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É melhor saírem daqui, a polícia...
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Muito bem, vamos.
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- Vamos embora daqui. Vamos.
- Estou a ir.
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Quem sabe
quem pode receber subornos, certo?
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Não sei.
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Para te tirar daqui, preciso da tua ajuda.
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Como posso ajudar?
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Eles vão matar-nos, seu idiota.
Eu não quero morrer.
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Poupei toda a vida
para poder ter algum dinheiro.
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E tenho-o.
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És novo demais
para saberes o que é ganhar a vida, mas...
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tenho o meu dinheiro, o meu apartamento,
os meus amigos, o meu gato.
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Não quero que me dêem cabo da cara.
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Sapatos,
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fotografias...
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e perfume.
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Vou para casa.
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Não, não vais para casa.
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Tenho de ir.
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Que vais encontrar lá, cadáveres?
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Este é o livro do teu pai.
Não deixes que nada lhe aconteça.