:23:42
Até onde te vai levar
a maneira como vives?
:23:45
- Inimigos por todo o lado!
- Sim, isso encanta-me.
:23:48
O dinheiro que tu
jogaste fora!
:23:50
Cem escudos. Era tudo o que tinha.
Numa noite desapareceu.
:23:54
- E, então, para viver agora?
- Nada me resta.
:23:57
Deitar fora esse saco,
que parvoíce.
:23:59
- Mas que gesto!
- Que sistema é o teu?
:24:02
Eu movimentava-me num meio,
:24:04
tinha muitas decisões,
bastante complicadas, a tomar.
:24:06
- Decidi-me...
- Por qual?
:24:08
Pela mais simples de todas.
:24:10
Decidi ser admirável,
em tudo, por tudo!
:24:13
Mas agora, só a mim,
:24:15
diz-me o motivo do teu ódio por
Montfleury, o motivo verdadeiro.
:24:17
Odeio-o desde que ele
se permitiu
:24:21
assentar os olhos
sobre aquela...
:24:24
Julguei estar a ver
uma enorme lesma
:24:27
a deslizar por uma flor!
:24:29
Como? Seria possível?
:24:31
Que eu amasse?
:24:34
Eu amo.
:24:36
E pode saber-se?
Nunca me disseste?...
:24:39
Quem eu amo?...
:24:41
Reflecte, vejamos.
:24:43
O sonho de ser amado
mesmo por uma feia
:24:45
está-me interdito
por este nariz,
:24:47
que me precede um quarto de hora
em todos os lugares.
:24:50
Quem amo eu?
:24:51
Mas é fácil de saber!
Amo... teria que assim ser!
:24:56
- A mais bela que existe!
- A mais bela?...
:24:58
A mais fina, a mais brilhante,
a mais doce, Le Bret,