Cyrano de Bergerac
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:30:01
Traçaste mal a fenda
destas carcaças.

:30:05
No meio da censura,
entre os hemistíquios!

:30:08
Neste palácio da empada,
tens de pôr um telhado.

:30:12
E tu, neste espeto sem fim,
:30:15
tens de pôr o frango modesto
e o soberbo peru.

:30:19
Alterna-os, meu filho,
:30:20
como o velho Malherbe
alternava os grandes verosos

:30:23
com os mais pequenos,
:30:25
e faz girar nas brasas,
assados de estrofes!

:30:29
Mestre, pensando em vós,
esta manhã,

:30:31
cozinhei isto, que vos agradará,
espero...

:30:34
Uma lira!
Bebe à minha saúde...

:30:39
A minha mulher!
Vai, e esconde este dinheiro!

:30:44
É belo?
:30:46
É ridículo!
:30:52
Sacos?...
:30:54
Bom. Obrigado.
:30:57
Meu Deus!
Os meus venerados livros!

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Os versos dos meus amigos!
Rasgados! Desmembrados!

:31:06
Os vossos péssimos escritores
de linhas tortas!

:31:08
Formiga!...
:31:10
Não insulteis
essas divinas cigarras!

:31:13
- Fazer isto aos versos!
- Nem mais.

:31:16
Que fazeis, então,
senhora, à prosa?

:31:21
- Miúdo! Que queres?
- Três pastéis.

:31:26
Aqui estão,
bem tostados e quentinhos.

:31:29
Podia embrulhá-los,
se faz favor?

:31:31
- Num saco?
- Sim, claro!

:31:34
Que eu os embrulhe?
:31:39
“Tal como Ulisses, no dia
em que abandonou Penélope...”

:31:43
Este, não!
:31:46
“O louro Febo...”
Este, não!

:31:48
- Então, quandos vos decidis?
- Pronto, pronto, pronto!

:31:57
Miúdos...
:31:59
Devolvam-me o soneto a Filis.

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