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Traçaste mal a fenda
destas carcaças.
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No meio da censura,
entre os hemistíquios!
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Neste palácio da empada,
tens de pôr um telhado.
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E tu, neste espeto sem fim,
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tens de pôr o frango modesto
e o soberbo peru.
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Alterna-os, meu filho,
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como o velho Malherbe
alternava os grandes verosos
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com os mais pequenos,
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e faz girar nas brasas,
assados de estrofes!
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Mestre, pensando em vós,
esta manhã,
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cozinhei isto, que vos agradará,
espero...
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Uma lira!
Bebe à minha saúde...
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A minha mulher!
Vai, e esconde este dinheiro!
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É belo?
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É ridículo!
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Sacos?...
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Bom. Obrigado.
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Meu Deus!
Os meus venerados livros!
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Os versos dos meus amigos!
Rasgados! Desmembrados!
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Os vossos péssimos escritores
de linhas tortas!
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Formiga!...
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Não insulteis
essas divinas cigarras!
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- Fazer isto aos versos!
- Nem mais.
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Que fazeis, então,
senhora, à prosa?
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- Miúdo! Que queres?
- Três pastéis.
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Aqui estão,
bem tostados e quentinhos.
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Podia embrulhá-los,
se faz favor?
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- Num saco?
- Sim, claro!
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Que eu os embrulhe?
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Tal como Ulisses, no dia
em que abandonou Penélope...
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Este, não!
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O louro Febo...
Este, não!
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- Então, quandos vos decidis?
- Pronto, pronto, pronto!
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Miúdos...
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Devolvam-me o soneto a Filis.