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Raios! Saiam todos!
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É o despertar do tigre!
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Saiam! Deixem-me só
com este homem!
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Irra! Vamos encontrá-lo
feito em picado!
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- Morro de pavor!
- Migalhas de cadete.
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Infelicidade!
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- Abraça-me!
- Senhor...
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Bravo. Muito valente.
Isso agrada-me.
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- Estais a dizer-me?...
- Que me abraces. Sou seu irmão.
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- De quem?
- Dela!
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Mas de Roxane!
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Meu Deus!
Vós seu irmão?
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Ou como se fosse:
um primo fraternal.
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- Ela?
- Disse-me tudo!
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- E ama-me?
- Talvez.
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Como estou feliz, senhor,
por vos conhecer!
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Eis o que se chama
um sentimento repentino.
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Perdoai-me...
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Não há dúvida que é belo,
o cretino!
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Roxane espera esta noite
uma carta tua.
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- Não! É impossível...
- Impossível? Porquê?
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Porque sou idiota
de morrer de vergonha.
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Não o és,
pois tens consciência disso.
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Aliás, não me atacaste
como um idiota.
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Ora! Encontra-se sempre palavras,
quando se passa ao ataque!
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É um espírito banal,
o dos militares.
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Mas... diante das mulheres
só sei calar-me.
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Os seus olhos, quando passo,
têm por mim um carinho...
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E os seus corações...
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deixam de ter quando tu
lhes deves falar!
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Não sei falar de amor.
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Eu saberia, mas para quê?
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Quem, depois de me ver,
me escutaria?
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Poder exprimir as coisas
com elegância!
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Ser um belo mosqueteiro
que passa!
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Roxane é preciosa, exigente,
galante,
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ser-me-ia necessário ter
eloquência...
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Eu empresto-ta!
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Tu emprestas-me encanto físico
e vitorioso!
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E fazemos um herói
de romance a dois!
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- O quê?
- Sentes-te com força para repetir
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as coisas que todos os dias
te vou ensinar?...
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Tu propões-me...
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Uma vez que receias, sozinho,
arrefecer o seu coração...
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- Mas, Cyrano...
- Christian, queres?