Cyrano de Bergerac
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:50:01
Eu dizia então...
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C'os demónios...
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que não se via nada.
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E eu caminhava, imaginando que
por causa de um pobre diabo,

:50:13
ia chatear um grande,
algum príncipe,

:50:15
que me atacaria certamente...
- No nariz...

:50:20
Num dente...
:50:21
Que me partiria um dente...
:50:24
e que em suma, imprudente,
eu ia meter...

:50:26
- O nariz...
- O dedo!...

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... entre a casca e a árvore,
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porque esse podia ter força
para me dar...

:50:31
- No nariz...
- Nos dedos!

:50:35
Mas eu repetia:
Anda, Gascão, faz o teu dever!

:50:37
Avanço e, de repente,
encontro-me...

:50:39
- Nariz a nariz...
- Frente a frente!

:50:43
Sim! Com cem zaragateiros
enraivecidos que fediam...

:50:47
- Do nariz!
- A cebola e a alho!

:50:49
Saltei, de cabeça baixa...
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- Nariz ao vento!
- E passo ao ataque! Atinjo dois!

:50:54
Empalo um, vivo!
Alguém me acerta.

:50:56
E eu respondo...
:51:00
Raios! Saiam todos!
:51:06
É o despertar do tigre!
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Saiam! Deixem-me só
com este homem!

:51:10
Irra! Vamos encontrá-lo
feito em picado!

:51:12
- Morro de pavor!
- Migalhas de cadete.

:51:13
Infelicidade!
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- Abraça-me!
- Senhor...

:51:22
Bravo. Muito valente.
Isso agrada-me.

:51:25
- Estais a dizer-me?...
- Que me abraces. Sou seu irmão.

:51:27
- De quem?
- Dela!

:51:29
Mas de Roxane!
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Meu Deus!
Vós seu irmão?

:51:33
Ou como se fosse:
um primo fraternal.

:51:36
- Ela?
- Disse-me tudo!

:51:38
- E ama-me?
- Talvez.

:51:41
Como estou feliz, senhor,
por vos conhecer!

:51:43
Eis o que se chama
um sentimento repentino.

:51:46
Perdoai-me...
:51:48
Não há dúvida que é belo,
o cretino!

:51:50
Roxane espera esta noite
uma carta tua.

:51:53
- Não! É impossível...
- Impossível? Porquê?

:51:56
Porque sou idiota
de morrer de vergonha.


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