:49:00
- Finalmente! A história!
- A história! A história!
:49:06
Pois bem, ia eu à meia-noite
ao encontro deles.
:49:10
A Lua, no céu,
luzia como um relógio.
:49:14
Quando, de repente,
um relojoeiro zeloso
:49:18
se pôs a limpar
com um algodão de nuvens
:49:21
a caixa de prata
deste relógio redondo...
:49:26
Fez-se uma noite
das mais negras do mundo.
:49:30
E os cais, completamente
sem iluminação...
:49:33
C'os demónios! Não se via
um palmo à frente...
:49:36
... do nariz.
:49:41
- Quem é este homem?
- Chegou esta manhã.
:49:45
Esta manhã?
:49:46
Chama-se Barão Christian
de Neuvil...
:49:50
Está bem...
:49:55
Eu... Muito bem...
:50:01
Eu dizia então...
:50:04
C'os demónios...
:50:06
que não se via nada.
:50:09
E eu caminhava, imaginando que
por causa de um pobre diabo,
:50:13
ia chatear um grande,
algum príncipe,
:50:15
que me atacaria certamente...
- No nariz...
:50:20
Num dente...
:50:21
Que me partiria um dente...
:50:24
e que em suma, imprudente,
eu ia meter...
:50:26
- O nariz...
- O dedo!...
:50:28
... entre a casca e a árvore,
:50:29
porque esse podia ter força
para me dar...
:50:31
- No nariz...
- Nos dedos!
:50:35
Mas eu repetia:
Anda, Gascão, faz o teu dever!
:50:37
Avanço e, de repente,
encontro-me...
:50:39
- Nariz a nariz...
- Frente a frente!
:50:43
Sim! Com cem zaragateiros
enraivecidos que fediam...
:50:47
- Do nariz!
- A cebola e a alho!
:50:49
Saltei, de cabeça baixa...
:50:51
- Nariz ao vento!
- E passo ao ataque! Atinjo dois!
:50:54
Empalo um, vivo!
Alguém me acerta.
:50:56
E eu respondo...