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- Sou eu.
- Eu, quem?
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Eu queria...
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- Queria falar-vos...
- Não, falais muito mal.
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Por favor!
Para o nosso amor...
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... isso seria fatal.
- Não! Já não me amais!
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Ser acusado, ó deuses!
De já não amar...
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Quando... amo ainda mais!
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Olha, está melhor!
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O amor cresceu embalado
na minha alma inquieta,
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que este cruel rebento
tomou por...
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... berço de embalar!
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Está melhor!
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Mas, uma vez que ele é cruel,
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foste estúpido de não o abafar
no berço!
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Bem, o tentei, mas...
vã tentativa,
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este... recém-nascido, senhora,
é um pequeno Hércules.
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Está melhor!
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De maneira que estrangulou
como nenhum outro...
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as duas serpentes,
Orgulho e... Dúvida.
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Está muito bem!
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Mas por que falais lentamente,
meu amigo?
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São hesitantes as vossas
palavras. Porquê?
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- Porque é de noite...
- O quê?
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Na sombra, às cegas elas avançam
para os vossos ouvidos.
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As minhas não sentem
essa dificuldade.
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Chegam imediatamente.
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É evidente, pois é no meu coração
que as recebo.
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Ora eu, tenho o coração grande,
vós a orelha pequena.
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Aliás, as vossas palavras
descem, vão depressa,
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as minhas sobem, senhora,
precisam de mais tempo!
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Mas desde há alguns momentos
elas sobem bastante melhor.
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Habituaram-se,
à força do exercício!
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De facto, falo-vos
de uma grande altura!
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Certamente, e matar-me-íeis se,
dessa altura,
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deixásseis cair uma palavra dura
sobre o meu coração!
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- Vou descer!
- Não!
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Então, trepai até aqui,
rapidamente!