1:14:00
- Porquê?
- Cala-te, Christian!
1:14:02
Que dizeis em voz baixa?
1:14:04
Por ter ousado ir tão longe,
a mim próprio me repreendo!
1:14:06
Dizia para mim:
Cala-te, Christian...
1:14:09
- Um segundo!
- Consegue-me esse beijo!
1:14:11
Espera!
1:14:16
Onde estais?
1:14:18
Falávamos de um beijo...
1:14:21
- Não.
- Sim. A palavra é suave.
1:14:24
Calai-vos!
1:14:26
Um beijo, afinal de contas,
o que é?
1:14:29
Um juramento feito um pouco
mais de perto,
1:14:31
uma promessa mais precisa,
1:14:34
uma confissão que quer
confirmar-se,
1:14:38
uma letra cor-de-rosa
que se põe no verbo amar.
1:14:41
É um segredo que substitui
a boca pelo ouvido,
1:14:44
um momento de infinito que
faz um zumbido de abelha,
1:14:47
uma comunhão
com gosto de flor,
1:14:50
uma maneira de se respirar
um pouco o coração,
1:14:53
e de se saborear,
na ponta dos lábios, a alma!
1:14:57
Calai-vos, por favor!
1:14:58
Sim, calo-me, senhora...
1:15:02
Sobe!
1:15:04
Mas agora parece-me
pouco correcto.
1:15:08
Ainda estais aí?
1:15:13
Sobe, então, animal!