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Basta! Desprezo as vossas
fanfarronadas.
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Já conhecem a minha maneira
de combater com o mosquete.
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Ontem, em Bapaume,
com os meus soldados em fúria,
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carreguei por três vezes!
- E a vossa estola branca?
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Sabeis desse pormenor?
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À terceira carga,
um turbilhão de fugitivos
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arrastou-me para a margem
dos inimigos;
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estava em perigo
de ser feito prisioneiro,
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ou de levar um tiro
de arcabuz,
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quando tive a boa ideia de desprender
e deixar cair por terra
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a estola que indicava
o meu grau militar;
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de maneira que pude,
sem atrair a atenção,
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livrar-me dos Espanhóis
e voltar a eles para os atacar,
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seguido pelos meus soldados
já encorajados!
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Pois bem!
Que dizeis desta táctica?
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Que Henrique IV jamais
permitiria que o inimigo,
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mesmo em quantidade esmagadora,
o privasse do seu penacho branco.
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A manha foi bem sucedida,
contudo!
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É possível.
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Mas não se abdica da honra
de ser um alvo.
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Se eu estivesse presente
quando a estola caiu -
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a coragem de cada um de nós,
senhor, difere nisso -
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tê-la-ia recuperado
e colocado em mim.
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Sim, mais uma fanfarronice
de Gascão!
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Fanfarronice?
Emprestai-ma.
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Ofereço-me para encabeçar
um combate,
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esta noite, com ela a tiracolo.
- Mais uma oferta de Gascão!
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Sabeis muito bem que a estola
ficou no campo do inimigo,
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nas margens do Escarpa,
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num lugar atingido pelas balas,
onde ninguém a pode ir buscar!
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Ei-la!
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Obrigado.
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Com este bocado
de pano branco
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vou poder fazer um sinal,
que hesitava em fazer.
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Quem é?
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Um Espanhol a quem pago,
um espião.
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Graças a ele, posso determinar
as decisões do inimigo.
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É muito cómodo,
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e, precisamente, esta noite,
para nos abastecermos,
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vou experimentar um golpe
supremo.