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Como lêdes a carta...
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- E eu grito: Adeus!
- Estais a lê-la...
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Minha querida, minha querida,
meu tesouro.
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- Com uma voz...
- Meu amor!...
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Com uma voz...
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Que não é a primeira vez
que a oiço!
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O meu coração jamais
vos abandonou um segundo.
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E sou e serei mesmo
no outro mundo,
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aquele que vos amou
sem limite, aquele...
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Como podeis ler agora?
É noite.
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É noite?...
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- Éreis vós.
- Não, não, Roxane, não!
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Eu deveria ter adivinhado,
quando vós dizíeis o meu nome!
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- Não! Não era eu!
- Éreis vós!
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Juro-vos...
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Compreendo toda a generosa
mentira: as cartas, éreis vós...
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As palavras queridas
e loucas, éreis vós...
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A voz na noite, éreis vós.
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- Juro-vos que não!
- A alma, era a vossa!
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- Eu não vos amava.
- Vós amáveis-me!
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- Era o outro!
- Vós amáveis-me!
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- Não!
- Já o dizeis com menos força!
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Não, não, meu amor querido,
eu não vos amava!
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Quantas coisas morreram...
e nasceram!
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Porque vos calastes
durante 14 anos,
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já que nesta carta
que não era dele,
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as lágrimas eram vossas?
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O sangue era o dele.
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Cyrano! Estás aí?
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Boa noite, meus amigos!
2:06:57
Ao vir até aqui, ele matou-se,
Senhora!
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Mas então, aquela fraqueza
de há pouco? Aquela?