Cyrano de Bergerac
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- Não! Não era eu!
- Éreis vós!

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Juro-vos...
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Compreendo toda a generosa
mentira: as cartas, éreis vós...

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As palavras queridas
e loucas, éreis vós...

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A voz na noite, éreis vós.
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- Juro-vos que não!
- A alma, era a vossa!

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- Eu não vos amava.
- Vós amáveis-me!

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- Era o outro!
- Vós amáveis-me!

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- Não!
- Já o dizeis com menos força!

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Não, não, meu amor querido,
eu não vos amava!

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Quantas coisas morreram...
e nasceram!

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Porque vos calastes
durante 14 anos,

2:06:40
já que nesta carta
que não era dele,

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as lágrimas eram vossas?
2:06:45
O sangue era o dele.
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Cyrano! Estás aí?
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Boa noite, meus amigos!
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Ao vir até aqui, ele matou-se,
Senhora!

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Mas então, aquela fraqueza
de há pouco? Aquela?

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É verdade! Não tinha terminado
a minha gazeta:

2:07:05
E sábado, 26,
uma hora antes do jantar,

2:07:09
o senhor de Bergerac
foi assassinado.

2:07:14
O quê? Que vos fizeram?
2:07:16
O destino é brincalhão!
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Eu, que sempre quis cair
atingido no coração!

2:07:23
Sim, eis que sou morto
pelas costas,

2:07:27
numa emboscada, com uma vara
desferida por uns lacaios!

2:07:32
Está muito bem assim.
2:07:35
Falhei tudo,
até a minha morte.

2:07:41
Senhor!...
2:07:44
Ragueneau,
não chores tão alto!

2:07:48
- Ide buscar socorro!
- Não, não vale a pena!

2:07:52
Quando tivésseis voltado,
eu já aqui não estaria.

2:07:58
Que és agora, meu confrade?
Já não és pasteleiro?


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