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É verdade! Não tinha terminado
a minha gazeta:
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E sábado, 26,
uma hora antes do jantar,
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o senhor de Bergerac
foi assassinado.
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O quê? Que vos fizeram?
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O destino é brincalhão!
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Eu, que sempre quis cair
atingido no coração!
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Sim, eis que sou morto
pelas costas,
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numa emboscada, com uma vara
desferida por uns lacaios!
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Está muito bem assim.
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Falhei tudo,
até a minha morte.
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Senhor!...
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Ragueneau,
não chores tão alto!
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- Ide buscar socorro!
- Não, não vale a pena!
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Quando tivésseis voltado,
eu já aqui não estaria.
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Que és agora, meu confrade?
Já não és pasteleiro?
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Não, estou em casa
de Molière...
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- Os meus amigos arruinaram-me.
- E a tua mulher foi-se embora...
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Molière...
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Que fazes tu na sua companhia?
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Tiro o morrão das velas...
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Saio amanhã!
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Sim, estou indignado.
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Ontem,
representavam Scapin,
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e verifiquei que ele
vos roubou uma cena.
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Completa!
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Sim, senhor, o famoso:
Que diabo ia ele fazer?...
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Molière roubou-ta!
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Ele fez bem...
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A cena produz muito efeito,
não é?
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Senhor, riam, riam!
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Sim, a minha vida
foi a de alguém
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que forneceu a inspiração,
e que é esquecido!
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Lembrai-vos da noite em que
Christian vos falou sob a varanda?
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Pois bem!
Toda a minha vida foi assim:
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enquanto eu ficava em baixo,
na sombra negra,