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Não, estou em casa
de Molière...
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- Os meus amigos arruinaram-me.
- E a tua mulher foi-se embora...
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Molière...
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Que fazes tu na sua companhia?
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Tiro o morrão das velas...
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Saio amanhã!
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Sim, estou indignado.
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Ontem,
representavam Scapin,
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e verifiquei que ele
vos roubou uma cena.
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Completa!
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Sim, senhor, o famoso:
Que diabo ia ele fazer?...
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Molière roubou-ta!
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Ele fez bem...
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A cena produz muito efeito,
não é?
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Senhor, riam, riam!
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Sim, a minha vida
foi a de alguém
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que forneceu a inspiração,
e que é esquecido!
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Lembrai-vos da noite em que
Christian vos falou sob a varanda?
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Pois bem!
Toda a minha vida foi assim:
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enquanto eu ficava em baixo,
na sombra negra,
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outros subiam para comer
o beijo da glória!
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É justo, e digo-o
à beira do túmulo.
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Molière era um génio
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e Christian era belo!
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Minha irmã!
Minha irmã! Vinde!
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Não, não chameis ninguém!
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Deixai-as ir rezar,
que o sino está a tocar!
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Provoquei a vossa infelicidade!
Eu! Eu!
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Vós?... Pelo contrário!
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Ignorava a doçura feminina.
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A minha mãe não me achou bonito.
Não tive nenhuma irmã.
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Mais tarde, receei que
uma amada me gozasse.
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Devo a vós o ter tido,
pelo menos...