:04:00
E tu... quando voltar,
quero o meu caderno.
:04:03
Lamento, é meu.
:04:06
Mudei de ideias.
Dá-lhe um tiro!
:04:14
Vamos, um dinheirinho
para a moça.
:04:24
Vá, um dólar.
:04:26
Não dou gorjetas.
:04:27
Como?
:04:28
Não acredito nisso.
:04:30
Não acreditas na gorjeta?
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Sabes o que elas ganham...
Quase nada.
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Se não ganham nada,
que mudem de emprego.
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Até um judeu...
:04:40
teria vergonha
em dizer isso.
:04:42
Então, nunca dás gorjeta?
:04:45
Não, porque a sociedade
o exige.
:04:47
Eu dou gorjeta se for merecido,
se elas se esforçarem.
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Mas gorjeta automaticamente,
nem pensar.
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Elas só estão a fazer
o seu trabalho.
:04:58
Ela foi simpática.
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Não foi nada de especial.
:05:02
E quando é que é especial?
Quando ela te faz um bico?
:05:08
Aí, dou mais 12%.
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Vejam, pedi café e,
ela só me serviu três vezes.
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O meu café,
quero o servido seis vezes.
:05:18
Seis vezes?
E se estiver muito ocupada?
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Uma boa empregada nunca
está muito ocupada.
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A última coisa...
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que precisas
é mais um café.
:05:28
Elas não morrem à fome,...
:05:30
recebem o
ordenado mínimo.
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Quando ganhava o ordenado
mínimo, não me davam gorjetas.
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É te indiferente que precisem
das gorjetas para viver?
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Estás a ver isto?
:05:44
É o meu violino para
as empregadas.
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Não dizes nada
de jeito.
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Elas dão cabo do coiro,
é um trabalho duro.
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Também é no McDonalds e
não dás gorjetas, pois não?
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Mas não, a sociedade diz:
gorjeta aqui, e não ali. Que Porra!