:02:00
Não discordo de ti...
Vês-me discordar?
:02:03
A peça é magnífica tal como está:
é real, vai directa ao assunto...
:02:07
- Mas não a produzes?
- Não aguentava outro falhanço.
:02:10
- David, a peça é muito pesada.
- Nem todos escrevemos para divertir
:02:13
e é dever do teatro também
transformar as almas dos homens.
:02:17
Deixa-te disso, não estás numa
esplanada de Greenwich Village.
:02:20
- Falamos da Broadway.
- Disseste que acreditavas na peça.
:02:23
Que queres que faça, se estou liso?!
:02:26
Talvez com um encenador
conhecido, arranjasse apoios...
:02:29
Não, quero eu dirigir esta.
:02:31
Ouçam lá isto...
Mostras-me a tua lista de êxitos?
:02:34
Não volto a ver peça minha
destruída pela terceira vez.
:02:37
Duas fantásticas
podiam ter sido êxitos
:02:39
e actores e encenadores incompetentes
alteraram-me textos e tudo.
:02:44
Bem sei, és um artista.
:02:46
Mas sabes, ali fora tens o mundo real,
:02:48
e é muito mais duro do que pensas.
:03:04
Por que esperas? Mata-os.
:03:09
Venham comer qualquer coisa.
:03:11
- Apetecem-me costeletas.
- Acho boa ideia.
:03:14
Fiquei de ir jogar dados.
:03:17
Há um jogo no lnsomnia, e quero ir.
:03:19
Alguém tem de ir dar notícias
ao Sr. Valenti, no Three Duçes.
:03:22
- Porque não vais tu?
- Que engraçadinho.
:03:24
Prometi ao Bobby Doyle,
não posso agora faltar.
:03:27
Não queres é ir fazer
de ama-seca á amiguinha dele.
:03:31
É chata como a potassa.
:03:50
Toma o chapéu, boneca.
:03:53
- O Sr. V. está?
- Vem comigo.
:03:56
- Que enchente...
- Estamos sempre á cunha.