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És uma nova voz no teatro.
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A palavra génio é usada
e abusada por nós,
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mas como tu enfias a carapuça...
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Parabéns, a peça
tem por fim tomates!
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Consegue alterar o 3ºAçto,
e temos um êxito entre mãos.
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Três vivas para o autor!
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Passei toda a noite
a trabalhar no 3ºActo.
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Deu-me muitos problemas
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e antes de distribuir as folhas,
mandei-as para o Cheech ler.
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Sugeriu que passasse
pelo escritório dele.
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Não percebeste a ideia.
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- Não?
- Não.
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E ainda por cima, ninguém fala assim.
Tens esse problema,
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não escreves como se fala.
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- Tomo liberdades poéticas.
- Uma ova!
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As pessoas acreditam nos actores
que pareçam reais. Eu mostro-te.
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- Que vais fazer?
- Que é que achas?
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- Vais escrever o diálogo?
- Julgas-me um idiota?
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Aprendi a ler e a escrever,
antes de deitar fogo á escola.
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- Deitaste fogo á tua escola?
- Sim, mas num feriado,
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não estava lá ninguém.
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- Se fores tu a escrever...
- Sei como as pessoas falam.
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Dá aí umas tacadas
e deixa-me trabalhar.
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Se és tu a escrever...
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Não tenhas medo,
não digo a ninguém.
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Vi-te armado em grande chefe,
sei como funciona.
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De onde eu venho, ninguém
dá com a língua nos dentes.
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Dá umas tacadas.
E pára de olhar para mim.
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Que diálogo! Isto é melhor
do que O'Neill.
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O Max Anderson nunca
escreveu assim!
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Então, gosta?
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Estão cheios de paixão,
cheios de vida.
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Que diferença do outro rascunho,
quando ainda não te encontrarás.
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A ideia estava lá
mas por cristalizar,
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precisavas de a ouvir
representada. E agora isto...
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Já não está tépido e cerebral.
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Está repleto de vida,
repleto de paixão.
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Sente-se sensualidade húmida,
está finalmente carnívoro!
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Achou o outro rascunho
cerebral e tépido?