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Pensei que não iam compreender.
Partiam-me as pernas.
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Se estavas tão assustado,
porque foste a Vegas?
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- Precisava de 500 mil.
- Para um filme?
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Um sucesso, mas de qualidade.
Sem mutantes, nem maníacos.
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Seria o meu "Driving Miss Daisy".
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Murray Saffrin, o autor, tinha
o argumento guardado há 20 anos.
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Mostrou-mo e disse que havia
uma grande estrela interessada.
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- Se eu o queria produzir.
- Quem era a estrela?
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Martin Weir, duas vezes
nomeado pela Academia.
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Fez o papel de mafioso
informador no "Cyclone".
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Foi um dos melhores filmes dele.
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O melhor foi aquele em que fez
papel de homossexual paralítico.
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- Bom filme.
- A mulher não me é estranha.
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É uma estrela do "Rock".
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Tomam o pequeno-almoço
juntos todos os dias.
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Fica naquele lugar para poder
olhar o cartaz.
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Ela fica do outro lado com a
desculpa dos óculos escuros.
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- Incrível.
- O Murray tem um psiquiatra.
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O preparador físico
é o mesmo do Martin.
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O Murray deu o argumento
ao psiquiatra.
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Ele deu-o ao preparador físico
do Martin e ele leu-lho.
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- O Martin adorou-o.
- Qual o problema?
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O problema foi o Murray.
Morreu de ataque cardíaco.
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Doris, a viúva de Murray
descobriu aquilo do Weir
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e, como eu não tinha
contrato com o Murray,
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quer 500 mil pelo argumento.
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Então queres que te apresente
ao tipo da lavandaria
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para ele investir no teu filme.
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Ou um acidente trágico que
acontecesse à viúva...
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Não, Harry. Não vou "limpá-la".
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- Foi só uma ideia.
- Digo-te o que farei.
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Falo com os das limusines
para te darem mais um tempo.
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Explico-lhes bem a situação
para eles perceberem.
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- Não conheces estes tipos.
- Conheço-os melhor do que tu.