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- Queres sempre armar-te em heroína.
- Foi por instinto, está bem?
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Tinhas uma 38 apontada à cabeça,
ele podia ter-te morto.
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- Uma 45. Estou ofendido.
- Cala-te.
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Eu conheço-te. Não te vi já no Jugs,
aquele bar de topless?
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- Cala-te!
- Olha, fui eu que o desarmei.
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- Porque não o admites?
- Porque é um farsolas!
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- Cala-te!
- Pisaste o risco,
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e sabes muito bem
que deverias ter esperado por mim.
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Não lhe fazes falta, Zé das Mornas.
Diz-lho, querida.
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Cala-te! Estava só no sítio certo,
na altura certa, nada de especial!
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O bairro de Brooklyn será julgado
como a cidade da Babilónia!
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Diz aqui, 'Ela tem um cálice dourado,
transbordando de aberrações
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'e do nojo das suas fornicações.'
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Devemos agir como parceiros,
olhar um pelo outro,
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mas tu não atinges, pois não?
- Não atinjo o quê?
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Que eu gosto de ti,
um pouco mais do que deveria,
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mas não o posso evitar.
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A Nikki! É daí que te conheço!
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A Nikki de Bed-Stuy, contou-me
que um bófia a tinha comido à bruta.
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- Tu és o bruto que a comeu!
- Cala a porra da boca!
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Foste tu. Comeste-a à bruta.
Sabes que o fizeste.
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Nem sei do que fala.
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- Veder, ao meu gabinete, já.
- Fizeste bem. O gajo é um farsolas.
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Mereceu bem a chapada na cara.
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Calminha aí.
Que se passa contigo?
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- Abuso de autoridade!
- Trata-me deste cabrão!
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Ó Zé das Mornas,
só eu e tu, mordes?
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Já te leram os teus direitos?
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- Dois dias de suspensão!
- O quê? Dois dias?
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Sim, já me informaram
de tudo o que preciso.
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Outro maluco. Vamos lá, andor.