:03:09
Eu e os meus três amigos
éramos inseparáveis,
:03:11
felizes por vivermos no mundo
fechado de Hell's Kitchen.
:03:14
As ruas do West Side de Manhattan
eram o nosso recreio,
:03:17
um reino de cimento
onde nos sentíamos senhores absolutos.
:03:24
Hell's Kitchen era habitado
por operários irlandeses, italianos,
:03:27
porto-riquenhos e europeus de Leste;
homens duros com vidas duras.
:03:41
Vivíamos em apartamentos
em prédios de tijolo vermelho.
:03:45
Poucas mães trabalhavam e todas
tinham problemas com os maridos.
:03:53
Cala-te!
:03:54
Já enterrei uma mulher
e posso enterrar outra!
:04:03
A violência doméstica
era o dia-a-dia em Hell's Kitchen.
:04:06
Mas não havia divórcios
e as separações eram poucas.
:04:08
Imperava a vontade da lgreja.
:04:10
Para um casamento acabar,
alguém tinha de morrer.
:04:16
Contudo, não obstante
a dureza da vida,
:04:18
as ruas de Hell's Kitchen
ofereciam ãs crianças
:04:20
uma segurança
que poucos bairros tinham.
:04:24
Não eram tolerados crimes
contra ninguém do bairro.
:04:27
Quando ocorriam, o castigo era severo
e, em alguns casos, extremo.
:04:32
Um traficante doutro bairro levava
heroína para Hell's Kitchen.
:04:36
Uma dose matou o filho de 12 anos
dum porto-riquenho.
:04:39
Foi a última dose
que o traficante vendeu.
:04:43
Hell's Kitchen era um local
de inocência, governado por corrupção.
:04:48
Eu e os meus amigos passávamos
tempo na igreja. Éramos acólitos.
:04:54
Todos queriam celebrar exéquias
porque o funeral rendia 3 dólares,
:04:58
ou mais, se estivéssemos
bastante tristes.