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No clube, um tipo dava-me
um saco de papel amarrotado
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e mandava-me entregá-lo
numa das duas esquadras locais.
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Era uma maneira perfeita
de entregar "luvas".
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Vamos embora! Por aqui.
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Vamos lá ver a massa
que tens no saco.
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Devem estar doidos!
Sabem quem estão a roubar?
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Sabemos,
e estamos cagados de medo.
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Dá-me o saco.
Dá-me a porcaria do saco!
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Que fazem aí?
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- Respondam! Que fazem aí?
- Eles tiraram-me o dinheiro!
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- Tiraram o dinheiro ao rapaz?
- O dinheiro está no saco.
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- Dêem-me o saco.
- Vá-se lixar!
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- E agora?
- Está bem, calma.
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Já não és esperto?
Isto torna-te estúpido?
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Dá-me o saco!
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- Vai-te embora.
- E eles?
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Interessa-te? Então, vai! Corre!
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Assaltaram-me.
E se o velho não tivesse aparecido?
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- Que queres?
- Os meus amigos...
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Os teus amigos?
Isto é algum campo de férias?
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Pode confiar neles.
Conheço-os desde criança.
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Está bem, traz os teus amigos.
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O Padre sabia que trabalhávamos
para o King Benny e não gostava.
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O que o preocupava não era
os cobres que ganhávamos,
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era virmos a pegar numa arma.
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Ele não queria que isso
nos acontecesse.
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- Achas boa ideia trabalhar para ele?
- Compensa.
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- Muitas coisas compensam.
- Não como esta.
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Muitos padres gostavam
de falar do púlpito.
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O Padre Bobby gostava de falar
entre os empurrões dum jogo.
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Bom cesto!
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- Arranjei-te uma aula de arte.
- Sabe que não posso pagar aulas.
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Não pagas nada.
O professor é meu amigo.
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Não sei...
Pode ser uma perda de tempo.
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Talvez, ou pode ser o primeiro passo.
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- Primeiro passo para quê?
- Para fazeres algo da tua vida.
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Quem sabe,
pode ajudar-te a sair daqui.
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Vamos conversar ou jogar?
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- Quero contar-lhes uma história.
- Não é sobre os leprosos?
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- Essa fez-me pesadelos.
- É sobre Miguel ngelo.
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Ele nasceu pobre, como vocês.
Era pintor e escultor.