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Só sei que sim.
- Pois, mas como sabes?
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Sei porque...
Porque sinto.
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O que estás a dizer
é muito sério.
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Para a semana podíamos lá estar,
1:20:15
tu descobrias uma coisa
sobre mim de que não gostas
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e desejarias não me ter levado.
Mas não é coisa que se diga
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e ali estou eu com alguém que faz
figas para poder voltar atrás.
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Mas voltar atrás, porquê?
Não quero nada voltar atrás,
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só que venhas comigo
para a Califórnia.
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Mas como não posso ir...
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Porque não?
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Primeiro por estar cá empregado.
E depois, porviver aqui.
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Se não me amas diz, porque...
- Eu não disse isso.
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Então, porque não vens?
De que tens tanto medo?
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De que tenho eu medo?
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De que não tens tu medo?
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Vives no teu mundo
que ninguém ameaça
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e cagas-te de medo de sair dele
porque talvez tivesses de mudar.
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Queres é ter o teu romance
com a classe operária
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para depois quando casares com
um ricaço aprovado pelos teus pais
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poderes contar ãs tuas amigas
como funciona o povo na cama.
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Por que falas tu assim?
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Que obsessão é essa
pelo dinheiro?
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O Pai morreu tinha eu 13 anos
e herdei o dinheiro dele.
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Mas pensas que não acordo
todos os dias desejando trocá-lo?
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Que o trocava por mais
um só dia passado com ele?
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Mas não posso e é a minhavida e eu vivo-a;
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não me impinjas merdas
quando és tu quem tem medo.
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De que porra tenho eu medo?!
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De mim, tens medo que
não te ame o suficiente!
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Mas também eu tenho do mesmo!
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Mas estou disposta a tentar
e ao menos sou franca contigo.
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E eu não sou contigo?
- Ai és? E os teus doze irmãos?