Shakespeare in Love
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meu amor, meu senhor,
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meu marido, meu amigo?
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Preciso saber de vós todos os dias e horas,
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pois há tantos dias num minuto.
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Por estas contas, serei bem velha...
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quando voltar a ver o meu Romeu.
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Adeus.
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Pensais que tornaremos a ver-nos um dia?
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Agora, que estais tão lá em baixo,
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pareceis-me um cadáver
no fundo de uma tumba.

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Ou meus olhos me enganam,
ou estais bem pálido.

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Também vós, meu amor,
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a meus olhos o estais.
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O desgosto bebe-nos o sangue.
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Adeus.
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Adeus.
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Toma este frasco e, uma vez na cama,
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bebei todo o licor destilado que contém.
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Nem calor nem respiração
hão-de atestar que viveis.

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E neste estado de morte aparente,
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permanecereis
durante quarenta e duas horas,

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despertando depois
como de um agradável sono.

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Vinde aqui! Boticário!
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Vinde aqui, homem. Vejo que sois pobre.
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Tomai, aqui tendes 40 ducados.
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-Dai-me uma dose de veneno...
-Tenho tais venenos mortais,

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mas a lei de Mantua é a pena de morte
para quem os vender.

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-Sois assim tão...
-A pobreza, e não a vontade, o consente.

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Pago a vossa pobreza, não a vontade.
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Fitai-a pela última vez, olhos meus.
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Abraçai-a pela última vez, braços meus.
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E vós, lábios,
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vós que sois a porta da respiração,

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