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Estou há seis anos na prisão.
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Libertastes-me.
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Agora pedis-me que entre
para outra prisão.
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Um palácio não é propriamente
uma prisão.
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Vês aquelas camponesas?
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Vês aquela
com o cordeiro ao colo?
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De bom grado ficava toda vida a
guardar cordeiros com ela.
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Estamos-te
a dar a oportunidade de ser rei.
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Não, ofereceis-me a oportunidade
de fingir ser rei!
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Um Rei que detestais!
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Nem todos o odeiam.
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E tu não?
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Porque devo tornar-me nele?
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Até que me deis uma razão,
não o farei.
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Não posso fazê-lo.
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Somos todos instrumentos de
Deus, quer queiramos quer não.
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Tudo o que podemos fazer
é ter fé.
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Apesar de às vezes
me custar muito.
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A fé falha-nos a todos, Aramis.
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É por isso que temos de comer,
beber e gozar a vida.
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Quando fores rei, poderás ter
as pastorinhas que quiseres.
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Porthos! Não compreendes!
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O quê?
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O Filipe tem razão.
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Não lhe demos uma razão
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para fazer o que lhe pedimos.
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Eu compreendo a tua razão,
Athos.
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Compreendes?
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O Porthos contou-me
do teu filho.
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Achas que é
por isso que estou aqui?
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Sim, o Raul é a minha razão,
mas não da forma que pensas.
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Em tempos, todos desejámos
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servir uma causa
mais importante que nós.
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O Aramis tinha a sua fé.