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Faço o papel de Adam Berkow.
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Sou uma espécie do irmão mais velho
do grupo.
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O mais responsável.
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E uma das coisas
que apreciei no guião
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foi o outro lado do equilíbrio moral.
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O Christian incita-os
a encobrir os seus pecadilhos,
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a fugir às consequências do seu acto.
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O meu papel ali é mostrar
que estamos a fazer algo de errado.
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As cenas são trágicas e horrendas,
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mas uma das coisas que achei graça
no guião e na história
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foi ver que no meio daqueles momentos
horríveis,
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algo muito banal capta a atenção
do meu personagem,
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que acaba por discutir com os outros
sobre algo desviado do tema.
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Enquanto estamos diante dum cadáver
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ou a enterrar um corpo esquartejado,
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discutimos sobre
se eu tenho ou não amigos.
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E essa justaposição
é surpreendente e cómica.
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Tirei a ideia para escrever o guião
de viagens que fiz a Las Vegas,
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onde via grupos de tipos completamente
passados de bêbados,
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a correrem feitos loucos
pela avenida principal acima e abaixo,
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saindo e entrando nos quartos
dos hotéis, brigando nos casinos.
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E eram homens vulgares.
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Mas o que sempre me surpreendia
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era a tensão que via nesses tipos
quando vinham a Las Vegas,
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e se dedicavam a um ritual,
frequente aos tipos que lá vão...
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... exibindo pulsões
e comportamentos animalescos.
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E sempre me interroguei sobre o que
sucederia se passassem das marcas
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e se esses tipos aparentemente normais
infringissem algumas regras.
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A acção do filme decorre na última
semana antes dum casamento