:13:08
HorríveI, aquiIo do miúdo?
- QuaI miúdo?
:13:11
O que assassinaram.
- Não soube de nada.
:13:15
Não vejo teIevisão nem Ieio
jornais; tudo me horroriza.
:13:22
Não reguIo, bem sei...
:13:25
Javier...
:13:27
Nos meus documentos vem Azucena,
mas bem podia vir AImudena.
:13:33
É uma história compIicada;
quer ouvi-Ia?
:13:38
Nasciuma de trêsgémeas,
:13:40
mas após dois diasnaincubadora
jáera diferente das outras.
:13:44
Éramos como o dia danoite;
:13:47
elaspareciam duasbonecas
e eu, um chimpanzé.
:13:51
Fomos crescendo
e a diferença foiaumentando;
:13:54
eueramuitomais alta
e tinha unspés enormes.
:13:59
Ainda tínhamos dezanos quando
anossamãe- que era tradutora -
:14:03
se apaixonouporuma alemã
que escrevia contospara crianças
:14:07
enos abandonou.
:14:08
Opapá,
impotenteperante a situação,
:14:11
dividiu-nospelas famílias
dos amigosmais chegados.
:14:14
A Margarita foipara Córdova,
a Violeta foicriada em Madrid
:14:18
e eu fuiparara casa
dos Fabra, emAndorra.
:14:21
Otrabalho oficialde Narcís Fabra
eragerirpropriedades,
:14:26
mas a verdadeira fonte
de rendimentos era o contrabando.
:14:31
E se fosse mentira?
- O quê?
:14:34
O que estou a contar.
- Não percebo...
:14:37
Há muIheres que inventam histórias
para se fazerem interessantes.
:14:41
Homens também, caIcuIo...
- De homens, não sei nada;
:14:46
há muito que decidi não perder
o meu tempo averiguando como são.
:14:52
Mentira ou não,
conte mais.
:14:57
Está com uma erecção...