:06:28
Os silêncios mais pesados
são aqueles
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em que já não há mais nada
a dizer,
:06:33
ou porque já nos ferimos
300 vezes.
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Não me estás a ouvir!
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És tão crítica!
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Já é difícil com dois filhos.
Não preciso de um terceiro.
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És perfeita e eu não fiz
nada direito em 1 5 anos!
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Não estás a ouvir!
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Não deixas passar nada!
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Tu nunca ouves!
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Tu pegas em qualquer coisinha!
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Por que devias ser responsável
por alguma coisa?!
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Tu criticas tudo!
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Por que não tomo eu conta
de tudo aqui?
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-Óptimo!
-Óptimo!
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-Óptimo!
-Óptimo!
:07:01
Até as discussões se tornarem
na regra em vez da excepção.
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E de repente, transformam-se
na única linguagem da relação
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e a única opção é ficar calada
e não dar opiniões.
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-Certo, és uma pessoa?
-Sim.
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És um homem?
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-Isso é discutível.
-Discutível?
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-Tens bigode?
-Dos grossos.
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-A tia Rose.
-Correcto.
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A velha e boa tia Rose
com bigode.
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Meu Deus, são quase 9h.
Vamos perder o autocarro.
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É a isto que chamo
uma casa móvel.
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Podes ultrapassá-la?
Faltam 5 minutos para as 9h!
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-Devem estar a mudar de código postal.
-Isso acontece agora mesmo.
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Olhem. 91 604. 91 604.
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91 605!
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-Podes ultrapassá-la?
-O carteiro deles deve enlouquecer.
:07:49
As crianças vão perder
o autocarro.
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Olhem, no segundo andar!
Alguém vai usar a casa de banho!
:07:55
Fechem as janelas!
Estamos na linha de fogo!
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Podes passar a maldita casa?!