:07:01
Até as discussões se tornarem
na regra em vez da excepção.
:07:05
E de repente, transformam-se
na única linguagem da relação
:07:09
e a única opção é ficar calada
e não dar opiniões.
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-Certo, és uma pessoa?
-Sim.
:07:21
És um homem?
:07:23
-Isso é discutível.
-Discutível?
:07:25
-Tens bigode?
-Dos grossos.
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-A tia Rose.
-Correcto.
:07:29
A velha e boa tia Rose
com bigode.
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Meu Deus, são quase 9h.
Vamos perder o autocarro.
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É a isto que chamo
uma casa móvel.
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Podes ultrapassá-la?
Faltam 5 minutos para as 9h!
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-Devem estar a mudar de código postal.
-Isso acontece agora mesmo.
:07:43
Olhem. 91 604. 91 604.
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91 605!
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-Podes ultrapassá-la?
-O carteiro deles deve enlouquecer.
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As crianças vão perder
o autocarro.
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Olhem, no segundo andar!
Alguém vai usar a casa de banho!
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Fechem as janelas!
Estamos na linha de fogo!
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Podes passar a maldita casa?!
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Vejam, crianças, a casa
está a virar à direita.
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Quando andei na faculdade,
tivemos de fazer um trabalho.
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Foi para um curso de filosofia
que estava a tirar,
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sobre um livro qualquer
que considerássemos
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ser o que melhor descrevesse
o modo como víamos o mundo.
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Lembro-me de uns escolherem
livros de grandes pensadores
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como Kierkegaard e Platão.
Alguns escolheram a Bíblia.
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Eu fiz o meu trabalho sobre
o "Harold e o Lápis Púrpura" .
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É um pequeno livro sobre
um rapazinho
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que desenha o mundo
como ele gostava que fosse,
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com o seu lápis mágico.
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Eu adorava aquele livro
porque. . .
:08:47
. . .era sobre tudo aquilo
que eu não era.
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Queres escrever palavras
cruzadas?
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Isso é trabalho que alguém
queira fazer?
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-E pagam-te para fazeres isso?
-Sim.