:21:00
...espero que optes por ir
à confissão.
:21:03
Bebeis um vinho, abade?
:21:09
Ainda nem sequer é meio-dia.
:21:11
A conversa, como certas partes
da anatomia...
:21:14
...desliza melhor
quando lubrificada.
:21:18
Isto é um vinho raro
de uma obscura aldeia de Bordéus.
:21:23
Em vez de esmagarem
as uvas com os pés...
:21:25
...colocam a fruta
na barriga de uma noiva...
:21:28
...e colhem o sumo quando o jovem
esposo mete a embarcação no porto.
:21:34
Um sabor encorpado.
:21:36
Com um toque de lascívia.
:21:42
Vamos a isto.
:21:53
É da nossa cave.
Reconheco o sabor.
:21:58
Devia ter-vos dito
que era o sangue de Cristo.
:22:00
Acreditaríeis nisso, não é verdade?
:22:07
Tratamos-vos bem aqui,
não tratamos, Marquês?
:22:10
Tendes a vossa cama de penas,
em vez de um colchão de palha.
:22:13
A vossa escrivaninha antiga,
que trouxemos de LaCoste.
:22:16
- Penas que cobririam uma avestruz...
- É verdade, haveis-me mimado.
:22:21
Em troca, só vos pedimos
para respeitardes o regulamento.
:22:25
Sabeis que não deveis receber visitas.
:22:28
Mas estou a receber-vos agora.
:22:30
Sim, mas não sou uma bela e jovem
cliente, pronta para a depravação.
:22:34
Não tenhais tanta certeza.
:22:41
Pegai na pena, Marquês.
:22:45
Expurgai esses vis pensamentos
no papel.
:22:48
Talvez vos influenciem
menos na vida.
:22:52
Encherei página após página,
meu querubim.
:22:55
Prometo.