Quills
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:24:21
Muito bem.
:24:25
Dr. Royer-Collard.
Bem-vindo a Charenton.

:24:29
Isto pode parecer-vos algo estranho,
meu amigo...

:24:32
...mas não é necessário.
:24:34
Vim apenas para supervisionar
o vosso trabalho, compreendeis?

:24:38
- Claro.
- É uma formalidade. A sério.

:24:41
Sois um homem de ciência,
e eu sou um homem de Deus.

:24:45
Charenton lucrará
com ambos.

:24:48
Precisarei de um gabinete, um lugar
onde guardar as minhas coisas.

:24:52
- Por aqui.
- Se me permitis...

:24:55
...por que se interessou o imperador
tão subitamente pelos meus...

:24:58
...pelos nossos assuntos?
:25:01
Parece que um vosso doente...
:25:04
...lhe chamou a atencão.
:25:11
Dizem que pratica os crimes
que prega na ficção dele.

:25:14
Mas não aqui. Houve algumas
indiscrições na juventude dele.

:25:19
Indiscrições? Abade, por favor.
Li o processo dele.

:25:23
Aos 16 anos, violou uma criada
com um crucifixo.

:25:27
Seis meses depois, na masmorra
de Vincennes, mutilou uma prostituta.

:25:31
Cortou-lhe a carne com uma lâmina, e
cauterizou as feridas com cera quente.

:25:35
Espero que o julgueis pelos progressos
e não pela sua anterior reputação.

:25:39
Não posso continuar assim!
Por que havia isto de me acontecer?

:25:43
Mais uma vez, Senhores.
:25:45
Sou um pobre remendão
Toda a vida o fui

:25:50
E com este sapato
Vos peço

:25:53
Para serdes esposa de remendão
:25:55
É uma peça medonha, é verdade!
:25:57
Uma pústula inflamada
aos olhos da literatura.


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