Quills
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1:05:06
Estamos a limpar tudo, abade.
1:05:11
- Está quase.
- Lembrai-vos...

1:05:12
...tudo o que ele possa usar como
pena. Tirai-lhe tudo do quarto.

1:05:16
O doutor estala o chicote,
e dancais!

1:05:19
Levaram a minha cama!
Devo enregelar até à morte?

1:05:21
Gaban, tira-lhe o tapete!
1:05:26
É um tapete turco! Custa mais
do que ganhareis na vida.

1:05:30
Valcour! A cadeira.
1:05:31
Muito bem! Levai-a! Levai tudo!
1:05:39
Cuidado, está escorregadio.
Nem imaginais onde esteve.

1:05:43
E não vos esqueçais da doce Maria,
a pega judaica, a meretriz de Deus!

1:05:48
Nascimento de virgem!
Uma religião com base num oximoro!

1:05:51
Orvolle. O vinho.
1:05:56
Doravante, só bebereis água
a todas as refeicões.

1:05:59
Água!
1:06:00
E carne desossada.
1:06:02
- Por quê esta tortura?
- A vossa escrita continua.

1:06:05
Não criei este mundo,
registo-o.

1:06:08
Os seus horrores.
Os negros pesadelos! Com que fim?

1:06:11
Nenhum, só para alimentar
vossa morbidez.

1:06:14
Escrevo o que vejo:
O cortejo até à guilhotina.

1:06:17
Estamos todos em fila,
à espera do golpe da lâmina.

1:06:21
Os rios de sangue correm
sob os nossos pés, abade.

1:06:25
Já estive no Inferno, meu jovem.
Vós só haveis lido sobre isso.

1:06:34
Lamento, Marquês. A sério.
1:06:37
Esses vossos votos de castidade.
Quão estritos são?

1:06:40
Lmaginai que só o púnheis
na boca dela.

1:06:48
Verme devoto.
1:06:52
É na adversidade
que o artista floresce!


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