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E carne desossada.
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- Por quê esta tortura?
- A vossa escrita continua.
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Não criei este mundo,
registo-o.
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Os seus horrores.
Os negros pesadelos! Com que fim?
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Nenhum, só para alimentar
vossa morbidez.
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Escrevo o que vejo:
O cortejo até à guilhotina.
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Estamos todos em fila,
à espera do golpe da lâmina.
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Os rios de sangue correm
sob os nossos pés, abade.
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Já estive no Inferno, meu jovem.
Vós só haveis lido sobre isso.
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Lamento, Marquês. A sério.
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Esses vossos votos de castidade.
Quão estritos são?
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Lmaginai que só o púnheis
na boca dela.
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Verme devoto.
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É na adversidade
que o artista floresce!
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Estais curiosa?
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Se dou prazer a mim mesma,
também vo-lo posso dar.
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Não sabeis o que perdeis.
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Procuro um livro.
Talvez o conhecais.
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Só me resta uma cópia.
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Salvo por mim... da fogueira.
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Despachai-vos, por favor. O meu
marido tranca a porta ao anoitecer.
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Uma donzela como vós...
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...não deveria ler
tamanha obscenidade.
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Cresci num convento, Senhor.
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Devo tudo o que sei sobre o mundo
aos livros.
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O JARDIM DE VERSOS
DE UMA DAMA