:40:00
... a beleza é o seu único talento.
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Mas há sempre outra mais bela,
outra mais nova.
:40:09
Foi a mãe da Chantal
que lhe ensinou isto.
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Porque me está a fazer isto,
Victor?
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Espero que tenha tido a sua emoção
mesquinha ao correr a cortina,
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porque já não há mais nada para ver!
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Eu digo-lhe o que vejo.
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Vejo o corpo de duas mocinhas...
assassinadas.
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O homem que fez aquilo
vai ter de me prestar contas.
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Você enoja-me, Victor!
Porque não pára de dizer
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"o homem que fez aquilo",
"o responsável", "o assassino"?
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Porque não baptiza esse fantasma:
"Henry Hearst, advogado"!
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Está convencidíssimo
de que eu sou culpado!
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Deduzir que o meu casamento
é problemático
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até lhe facilita a tarefa
de me arrumar de vez.
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Está a convencer-me, mas não a 100%.
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É por isso que ainda aqui está.
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Estou porque quero estar,
porque me pediu que "viesse".
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Porque me veio com uma conversa
pegada sobre "umas perguntas".
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Mas agora estou de saída.
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Fiz-lhe o meu relato até à exaustão.
Há um salão cheio de gente
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aguardando que eu discurse
dentro de precisamente 12 minutos!
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E já suportei insultos e acusações
suficientes vindas de um amigo!
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Você não vai a lado nenhum,
Henry!
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Vai açular-me este primata?
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Nesse caso, tenha muito cuidado
porque a coisa pode ficar preta.
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Não se esqueça
de que eu percebo de leis!
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Vou sair por aquela porta,
a menos que me prenda aqui e agora!
:41:40
- Posso detê-lo preventivamente.
- Está a falar a sério?!
:41:46
Cite-lhe os direitos.
:41:49
Entre. Tem o direito de ficar calado.
Tudo o que disser poderá...
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Sou acusado de quê?
:41:56
De dormir uma soneca num banco?
De passear um cão sem licença?
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Duas acusações
de homicídio qualificado!