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Dizer sim a um instante...
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é dizer sim a toda a existência.
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A personagem principal
é aquilo a que chamamos "mente".
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O seu génio, a sua
capacidade de representação.
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Ao longo de toda a história,
foram feitas tentativas
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para reter essas experiências
que ocorrem no limite...
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quando a mente está mais vulnerável.
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Mas penso que estamos num momento
muito significativo da hitória.
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Esses momentos,
que poderemos designar liminares,
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limite, fronteira,
zona de experiência...
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estão hoje a tornar-se norma.
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Estas multiplicidades
e distinções e diferenças...
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que tão grandes dificuldades
davam à nossa velha mente...
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penetram-se hoje da sua própria essência,
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saboreando a sua própria singularidade.
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Talvez se possa avançar
para aquilo de comum
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que as mantém unidas.
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E então, para esta nova mente,
a personagem principal
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será uma mente muito maior.
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Uma mente que ainda está para ser.
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E quando estivermos realmente
nesta perspectiva,
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aperceber-nos-emos de
uma subjectividade radical,
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centralização total na individualidade,
o carácter único daquilo que é o espírito,
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que se abre a uma enorme objectividade.
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Por isso, agora, a história
passa a ser a história do cosmos.
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O momento não é apenas
um instante de nada que passa.
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E isto na medida em que
tais passagens secretas acontecem.
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Sim, um vazio tão tremendamente cheio...
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que o grande momento,
a enorme vida do universo...
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pulsa dentro dele.
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E cada um deles, cada objecto,
cada lugar, cada acto...
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deixa uma marca.