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Estás a fazer o chá?
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Sim, claro que estou.
Não estou só a ferver água.
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Deixa-te disso.
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Eu disse-te que devíamos
ter feito alguma coisa.
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Não é da nossa conta.
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Ah pois...
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Lês-lhe duas palavras e ela vai-se abaixo!
Isso também não é da nossa conta, suponho?
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Tinha que o fazer.
Quando as pessoas morrem, lemos o testamento.
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Viste o olhar dela?
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E o seu cabelo...
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O que é que ela fez ao cabelo?
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Que sei eu de moda?
Sou só um notário, raio.
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E se eu e os miúdos morressemos?
Importavas-te com o que te deixaria?
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Quando a tua arma desapareceu,
soube que ela ía fazer uma loucura qualquer.
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- Como sabes que foi ela que a tirou?
- Quem mais podería ser?
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Vai ver o chá.
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Sentes-te melhor, Lily?
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Desculpe-me,
mas não percebo...
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Anda, não fales agora, querida.
Guarda as tuas forças.
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Precisas de descansar.
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Sofreste uma terrível tragédia, e...
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precisas de rempo para melhorar,
sabes?
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E se tiveres vontade de fazer
alguma tolice, quero que me chames.
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Antes de irmos...
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Quero que me digas só a uma coisa...
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Tiraste a arma do Louis?
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Tens a certeza?
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Mas se a vires por aí,
dizes-me, não dizes?
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Vou ligar a televisão
para te fazer companhia.
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Toma.
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Voltamos logo à noite
com o jantar.
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Bebe o teu chá enquanto está quente.