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Querida Cristi, a invasão
à Gringolândia já começou.
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Nunca saberá
o que lhe caiu em cima.
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Nova Iorque pôs o Diego
em fogo.
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Qual é a sua impressão
sobre Nova Iorque, Mr. Rivera?
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A melhor. Não há qualquer razão
para que um artista
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nascido nos nossos dois continentes
se vá inspirar à Europa.
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Há tudo aqui, a força, o poder,
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a energia, a tristeza,
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a glória e a juventude
das nossas terras americanas.
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Vejo a majestade que vê o Diego
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mas o tal conforto americano
é todo um mito;
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enquanto os ricos bebem
cocktailitos, milhares passam fome.
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O Diego trabalha quase sem parar
na preparação da mostra,
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restando-me a mim arranjar
maneiras de me distrair.
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Quebrando todos os recordes,
mais de 50 mil pessoas
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fizeram bicha em NY à frente
do novo Museu de Arte Moderna
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para ver os quadros do maior
pintor mexicano, Diego Rivera,
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de momento o homem mais falado
deste lado do Rio Grande.
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Señor Diego Rivera!
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Os gringos até são simpáticos,
mas o essencial na Gringolândia
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é ter-se ambição,
é conseguir-se ser alguém.
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E só esses alguéns
lhes interessam.
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Desprezo tal pretensão, ser
la gran caca não me interessa nada.
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É claro, o Diego adora,
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parece uma grande piñata
mexicana com açúcar para todos.