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"Pés, para que preciso de vocês
se tenho asas com que voar?"
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Quero que cremes
este Judas de corpo.
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Não quero ser enterrada.
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Já passei tempo demasiado deitada.
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Queima-o.
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Já não penso em mim como Frida,
a Frida em mim morreu.
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Levando o que restava.
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Ficas porquê?
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És muito estúpida...
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Tu és doida? Proíbo-te!
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Não me podes proibir.
Dá-me cá isso!
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Não, o assunto está discutido
e arrumado.
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Eu quero ir, porra!
Dá-me a merda da perna!
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- Doutor, ajude-me.
- Que é que se passa?
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Mandei-a ficar na cama
e exigiu que o chamasse.
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Eu vou à minha exposição.
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Esperei toda a vida para poder expor
no meu país e agora vou faltar?!
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Se a bronquite piorar,
torna-se pneumonia.
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Não pode deixar essa cama
em circunstâncias nenhumas.
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Prometo depois contar-te
os mexericos todos.
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...E aquela escanzelada
gritava-me lá de baixo,
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"Diego, quero mostrar-lhe
os meus quadros".
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Mas é claro que me fez
descer a mim...