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Não, o assunto está discutido
e arrumado.
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Eu quero ir, porra!
Dá-me a merda da perna!
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- Doutor, ajude-me.
- Que é que se passa?
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Mandei-a ficar na cama
e exigiu que o chamasse.
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Eu vou à minha exposição.
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Esperei toda a vida para poder expor
no meu país e agora vou faltar?!
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Se a bronquite piorar,
torna-se pneumonia.
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Não pode deixar essa cama
em circunstâncias nenhumas.
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Prometo depois contar-te
os mexericos todos.
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...E aquela escanzelada
gritava-me lá de baixo,
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"Diego, quero mostrar-lhe
os meus quadros".
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Mas é claro que me fez
descer a mim...
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E desci, e nunca mais parei
de os olhar.
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Mas quero falar da Frida
não como marido dela
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mas como artista, como admirador.
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A obra dela é amarga e terna...
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É dura como aço e leve
como a asa duma borboleta.
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Adorável como um sorriso
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e cruel...
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Como a amargura da vida.
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Não me parece
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que jamais houve mulher
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que pusesse poesia
tão sofredora em tela.
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Calado, panzón, quem morreu?