Frida
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1:47:02
Não, o assunto está discutido
e arrumado.

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Eu quero ir, porra!
Dá-me a merda da perna!

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- Doutor, ajude-me.
- Que é que se passa?

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Mandei-a ficar na cama
e exigiu que o chamasse.

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Eu vou à minha exposição.
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Esperei toda a vida para poder expor
no meu país e agora vou faltar?!

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Se a bronquite piorar,
torna-se pneumonia.

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Não pode deixar essa cama
em circunstâncias nenhumas.

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Prometo depois contar-te
os mexericos todos.

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...E aquela escanzelada
gritava-me lá de baixo,

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"Diego, quero mostrar-lhe
os meus quadros".

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Mas é claro que me fez
descer a mim...

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E desci, e nunca mais parei
de os olhar.

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Mas quero falar da Frida
não como marido dela

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mas como artista, como admirador.
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A obra dela é amarga e terna...
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É dura como aço e leve
como a asa duma borboleta.

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Adorável como um sorriso
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e cruel...
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Como a amargura da vida.
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Não me parece
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que jamais houve mulher
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que pusesse poesia
tão sofredora em tela.

1:48:50
Calado, panzón, quem morreu?

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