:31:00
à medida que o carvão
era consumido...
:31:03
como aquilo em que me converti...
:31:05
poeira sem vida, senhor.
:31:08
Minha querida amiga...
Posso considerar-me seu amigo, não posso?
:31:15
Falo consigo como falo
com qualquer outra pessoa...
:31:17
que possui os meus
pensamentos genuínos.
:31:20
Os meus pensamentos genuínos
passaram mais tempo consigo...
:31:23
do que com qualquer outra pessoa
nestas últimas semanas.
:31:27
Onde estiverem os meus pensamentos...
:31:29
estou eu.
:31:33
"Meu querido amigo:
Apercebi-me...
:31:37
que há perigos na nossa correspondência
contínua".
:31:41
O mundo não veria estas cartas
com bons olhos...
:31:43
entre uma mulher que vive
num isolamento partilhado como eu...
:31:46
e um homem.
:31:48
Mesmo que esse homem
seja um grande poeta.
:31:52
Se viver desta forma...
:31:55
é imperativo aparentar ser respeitável
aos olhos do mundo...
:31:59
e da sua esposa.
:32:02
É um pacto selado.
:32:05
É um estilo de vida que elegi
e com o qual me sinto muito feliz...
:32:09
e nele não estou sozinha.
:32:12
"Elegi um estilo de vida,
querido amigo...
:32:15
e devo manter-me nele.
:32:18
Sê paciente.
Sê bondoso. Perdoa.
:32:21
Também quero pedir-te
que me devolvas as minhas cartas.
:32:25
Assim, ao menos, as nossas
cartas permanecerão juntas.
:32:29
Conheci a incandescência...
:32:33
e devo continuar
a decliná-la.
:32:37
Irei agora entregar esta carta
ao correio.
:32:39
Perdoa as suas falhas
e perdoa-me a mim. Christabel".
:32:44
Minha querida Christabel:
:32:47
Devo confessar que a sua carta
foi um duro golpe para mim.
:32:51
Ao princípio, não estava apenas
surpreendido mas,...
:32:54
também estava zangado
por ter respondido desta maneira.
:32:58
mas, já que perguntou pela minha esposa,
falarei dela.