:14:01
Queres chá chinês ou inglês?
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Chinês.
:14:04
Não sei como consegues beber essa mistela.
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Encontrei isso num corpo.
Pôs-me a cabeça a andar à roda.
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Devias ler isso.
:14:12
Remédio para a alma, Okwe.
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Guo Yi, hoje também encontrei
outra coisa.
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Numa sanita,
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num dos quartos do hotel.
O coração de alguém.
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Um coração. Um coração humano.
:14:31
Só te estou a dizer isto porque és
um homem racional.
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Talvez exista uma explicação.
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Talvez algum gajo com umas das mulheres tivesse
tido um ataque cardíaco.
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Os quartos estavam vazios,
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o espanhol teve de se livrar do corpo.
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- Os hotéis não gostam de mortos.
- Era um coração saudável.
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Então o teu patrão tem razão.
Alguém o levou consigo.
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- Quem anda com órgãos humanos?
- Montes de gente.
:15:00
- Quem.
- Eu, ok? Eu.
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Faço isso montes de vezes.
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Levo o meu trabalho para casa.
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O que estou a dizer é que eu podia
levar, se fosse um gajo estranho.
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E esta é uma cidade muito estranha.
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Porque é que alguém faria isso a
um coração humano?
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Isto soa-me a perguntas.
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Já não faço perguntas, após 11 anos aqui,
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e sou um refugiado legalizado.
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És um ilegal, Okwe.
Não tens posição aqui.
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Não tens nada.
Não és nada.
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Espera lá fora.
Vou-te buscar os comprimidos.
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Ajuda só quem pode ser ajudado.
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Material fresco.
:15:57
Obrigado.