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Sensatamente, a Grace escolheu
esperar pelo melhor do que temer o pior,
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e planeou passar o dia tranquilamente,
lavando as suas roupas e a ela mesma,
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a qual, por alguma razão,
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tinha a certeza que nenhum dos personagens
do povoado fictício do Tom sonharia fazer.
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E então era como
se Dogville esperasse.
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Até o vento diminuiu, deixando o
povoado numa calma pouco familiar,
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como se alguém tivesse posto
um prato de queijo sobre ele,
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e criava o tipo de tranquilidade que
aparece quando se esperam visitas.
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Depois de dois dias livres, a Grace voltou
ao trabalho, mas a calma permanecia.
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De facto intensificou-se até que no
quinto dia se avolumou um ruído estranho
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que, repentinamente, trouxe todos
os habitantes para a rua para escutar.
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Perguntavam uns aos outros se o
telefone estava realmente em baixo,
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ou se tinham ouvido sobre o Ben, dando a volta
no seu camião na sua ida para Georgetown
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nessa manhã cedo, devido a uma
grande árvore que bloqueava o caminho.
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Não estavam preocupados.
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"Preocupados" não era a palavra correcta,
e então o Tom avistou os carros.
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O Tom tem binóculos.
Mas podem ver vistos a olho nu.
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Devem ser pelo menos oito!
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Pensei que o caminho
estava bloqueado.
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Devem ter passado
antes da árvore ter caído.
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A cama do June! Os lençóis precisam de
serem trocados. Estarei aí num minuto.
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- Olá, June.
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A Grace tinha acabado de começar com
a cama que a June tinha sujado outra vez,
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quando a invadiu um sentimento irritante
de estar a perder o seu tempo.