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embora estivesse no mesmo lugar?
- Está dizendo...
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- Estou apenas sugerindo.
- ... que era o mesmo homem,
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e que eu não o tinha visto bem
porque estava muito longe, não é?
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É o que me vem à cabeça,
a não ser que tenha outra explicação.
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Bem, haver outra explicação
até que há.
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Quando era pequena
contaram-lhe a história, com certeza.
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- Não.
- Isto é um lago artificial.
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A barragem foi construída em 1928,
para inundar o vale.
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Havia lá em baixo uma vila,
que ficou inundada.
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Reza a lenda que ali ficou a casa de
um velho, a 12 metros de profundidade.
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Mas o velho continuou vindo aqui,
para pescar.
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Com o passar do tempo, foi ficando
senil. Já não se lembrava de nada,
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à exceção deste lugar.
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Chegou ao ponto de nunca sair daqui.
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Dizem que deixava marcas na neve,
no inverno,
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e que nunca saía daqui.
Até tinha pingentes de gelo no queixo.
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Dizem que ele tinha feito
qualquer coisa naquela casa.
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Um pecado que ficou para sempre
no fundo do lago.
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- E o que é feito dele?
- Um dia, apanhou um peixe enorme,
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que o arrastou para o lago.
O corpo nunca foi encontrado.
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Reza a lenda que ele volta
a esta enseada de 13 em 13 anos,
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para levar outra vítima.
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- De 13 em 13 porquê?
- É o número do azar.
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Estas histórias têm sempre
um gato preto ou o número 13.
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- E mais alguém morreu aqui?
- Só agora,
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se acreditar no que me disse. E os
13 anos já passaram há muito tempo.
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- Entende alguma coisa de pesca?
- Não.
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Eu sou um desastrado. Nunca apanhei nada.
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Tenha cuidado.
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Este vai para a panela.