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- Eles nunca mais se calavam com isso.
- Eu sei, mas eu não estou de acordo.
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O rapaz tinha 1,70 m de altura.
O pai tinha 1,88.
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É uma diferença de 18 cm.
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É muito estranho apunhalar de cima
para baixo alguém com um palmo a mais.
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Dê cá isso.
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Eu faço-lhe uma demonstração.
Alguém se levante.
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Olhem bem - eu não quero
ter de repetir.
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Eu vou fazer-me uns
15 ou 20 cm mais baixo.
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- Está mais ou menos. Talvez um pouco mais.
- Ok, um pouco mais.
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Ora... ninguém se magoou.
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- Certo?
- Certo. Ninguém se magoou.
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Ora, seria assim que eu apunhalaria
um homem que fosse mais alto do que eu.
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Olhem para o ângulo.
De cima para baixo.
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E foi assim que se passou.
Agora digam-me que estou errado.
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- De cima para baixo. Sem dúvida.
- Espere um momento.
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Pode dar-me isso?
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Caramba, detesto estas coisas.
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- Alguma vez viu uma luta de navalhas?
- Não.
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Alguém já viu uma luta de navalhas?
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Bem, eu já. Da minha varanda de trás,
no terreno do outro lado da rua.
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As ponta-e-mola fazem
parte do bairro.
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Engraçado como não me lembrei antes.
Acho que tentamos esquecer.
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- Como é que se usa uma ponta-e-mola?
- Bem, nunca se utiliza assim.
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Estão a ver? Perdia-se muito
tempo a trocar de mão.
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É assim que se faz.
De baixo para cima.
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Qualquer pessoa que já tenha usado uma,
nunca o faria de outro modo.
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- Tem a certeza?
- Absoluta.
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- É por isso que são feitas para se abrirem assim.
- Disse que o rapaz era muito hábil com navalhas?
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Acha que ele poderia ter feito
a ferida que matou o pai?