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Só consigo senti-Io se estiver sozinho,
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sem falar com ninguém
e em silêncio absoluto!
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Não te faltará disso quando bateres a bota.
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Agora vamos conversar sobre isto.
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Esta conversa é como as outras!
Não adianta nada e é dolorosa!
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Pois que seja!
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Posso rastejar num pé e saltar,
se for preciso.
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Tem cuidado ou vais "rastejar"
para fora desta família
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e implorar bebidas na sarjeta!
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Hei-de chegar lá.
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Nem pensar.
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Agora que estou bem, vou tratar de ti.
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- Senta-te!
- Não vale a pena.
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É uma conversa viciada!
Não temos nada para falar!
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- Onde vais?
- Buscar outra garrafa.
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Nem sonhes, bêbado inútil!
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Que gritaria é essa? Não aguento...
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Pira-te e deixa-nos em paz!
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Por que bebes? Diz-me!
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Ou descobres por que bebes,
ou deixas de beber.
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- Dê-me a muleta.
- Por que bebes?
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Tropecei e estou com dores.
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Óptimo!
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Pelo menos, não estás anestesiado
com áIcool ao ponto de não sentires.
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- Por que bebes?
- Dê-me a muleta.
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- Primeiro responde.
- Não...
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Dê-me uma bebida e eu digo.
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Primeiro, diz.
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- Primeiro, tens de dizer!
- Está bem... por nojo!
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Nojo de quê?
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Assim, vai ser difícil.
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Queres assim tanto uma bebida?
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Quero, desesperadamente.
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Tens nojo de quê?
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Da falsidade. Sabe o que é?
Mentiras e mentirosos.
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Quem te mentiu? A tua mulher?
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Não é uma mentira,
nem uma pessoa, é tudo.
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- Dói-te a cabeça?
- Estou a tentar...
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Concentrar-te, mas não consegues,
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porque tens o cérebro afogado em áIcool.