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Assim não teria de me envergonhar tanto
de ti nem da tua cobardia.
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Poderia considerar que eras uma rapariga...
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pela forma como te vestes, pelos teus vestidos,
os teus chapéus pontiagudos e os teus xailes.
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Poderias ser a menina do papá.
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Não teria de me envergonhar tanto
de me verem contigo em público, não é?
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O que achas, Michelle?
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Parece-te uma boa ideia?
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Não o faças, papá.
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O quê?
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Disseste algo?
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Com essa vozinha de menina,
não pude ouvir o que disseste.
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Odeio-te, papá.
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- Fala mais alto, pequena!
- Odeio-te!
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Odeio-te, porque amo...
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Tudo isto faz-me sentir...
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culpa e ódio.
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O meu coração não encontra palavras.
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Então não fales.
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Não fales.
Mostra-me o que sentes.
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Não me digas nada.
Não me interessa o que dizem as meninas.
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Mostra-me!
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Mostra-me a tu ira.
Assim poderei compreendê-la.
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Olha-me, papá.
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Estou a ver-te, Michelle.
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Vejo tudo.
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Este sou eu, papá.
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Assim magoas-me interiormente.
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Conta-me tudo.
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Conta-me tudo até ao final.
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Deves percorrer todo o caminho.
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Não páres a meio.
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Observo-te.
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Observo tudo o que fazes, Mike.