:21:02
- Como está? Queria vê-la.
- Está com o psicólogo forense, o Dr. Birkin.
:21:07
- Porquê? Teve uma crise de nervos?
- Não.
:21:11
Pelo contrário.
Manteve-se muito calma o tempo todo.
:21:16
Demasiado calma, pareceu-me.
Por isso pedi ao Dr. Birkin que a visse.
:21:20
Para que nos dê a sua opinião.
:21:23
Enquanto isso,
pode dar-me nomes de quaisqer pessoas...
:21:27
que pudessem ter
um motivo para matar esta mulher?
:21:29
Não me parece que este seja um simples caso
de roubo frustrado...
:21:35
ou de violação seguida de morte.
:21:39
Juliana teve uma grande série de amantes.
Nunca conheci nenhum.
:21:43
E o que é feito do seu marido?
:21:46
O nome dele é Barton Kelly.
Trabalha para o governo em Halifax.
:21:51
Divorciaram-se há mais de dez anos.
:21:58
- Dr. Birkin.
- Você deve ser o pai da Candice.
:22:00
Gostaria de a levar para casa.
:22:02
Por favor. Quero falar um momento
consigo. É importante. Sente-se.
:22:08
Francamente, não creio que a sua filha
tenha saído totalmente imune deste incidente.
:22:13
- Acha que viu o que se passou?
- Suspeito que sim.
:22:16
Ou pelo menos viu algo que a traumatizou,
que a confundiu...
:22:20
que a perturbou de algum modo.
:22:21
O agente que a encontrou disse
que lhe custou imenso acordá-la.
:22:25
No meu entender, isso implica
um tipo de sono profundo anormal...
:22:28
que muita gente,
incluindo os miúdos, utiliza...
:22:31
para evadir algo
que lhes dói demasiado enfrentar.
:22:34
Ela diz que não se lembra
de a terem levado a casa da avó...
:22:37
nem mesmo de a ter visto.
:22:40
Você acredita que em algum momento
o recordará?
:22:42
Sr. Carveth, eu creio
que você deve encorajá-la a que se recorde.
:22:46
Porquê?
:22:48
Precocupa-me que a menina
chegue a sofrer uma crise nervosa...
:22:51
se não conseguir assumir
o que pôde presenciar.
:22:54
Estas coisas terminam manifestando-se
de uma ou outra forma.
:22:59
Vi miúdos de cinco anos como ela...