:22:00
Gostaria de a levar para casa.
:22:02
Por favor. Quero falar um momento
consigo. É importante. Sente-se.
:22:08
Francamente, não creio que a sua filha
tenha saído totalmente imune deste incidente.
:22:13
- Acha que viu o que se passou?
- Suspeito que sim.
:22:16
Ou pelo menos viu algo que a traumatizou,
que a confundiu...
:22:20
que a perturbou de algum modo.
:22:21
O agente que a encontrou disse
que lhe custou imenso acordá-la.
:22:25
No meu entender, isso implica
um tipo de sono profundo anormal...
:22:28
que muita gente,
incluindo os miúdos, utiliza...
:22:31
para evadir algo
que lhes dói demasiado enfrentar.
:22:34
Ela diz que não se lembra
de a terem levado a casa da avó...
:22:37
nem mesmo de a ter visto.
:22:40
Você acredita que em algum momento
o recordará?
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Sr. Carveth, eu creio
que você deve encorajá-la a que se recorde.
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Porquê?
:22:48
Precocupa-me que a menina
chegue a sofrer uma crise nervosa...
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se não conseguir assumir
o que pôde presenciar.
:22:54
Estas coisas terminam manifestando-se
de uma ou outra forma.
:22:59
Vi miúdos de cinco anos como ela...
:23:01
com úlceras iguais
à de um empresário adulto.
:23:03
Bem, já entendi.
:23:07
- Agora posso levá-la para casa?
- Suponho que sim.
:23:10
Sim, não há problema.
:23:52
Não queres que te leia um conto?
:23:54
Tu não precisas de ler.
:23:57
Posso inventar uma história para ti.