:32:00
O Anderson é um chulo,
um proxeneta.
:32:02
O teu chulo?
:32:03
Um animal nascido
num açougue.
:32:05
E tens um chulo agora?
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Não, tenho-te a ti.
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Ele batia-te?
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Ele costumava retocar-me
a cara, sim.
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Porque não o deixaste?
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Ele dizia que me esfaqueava,
depois dizia que eu era maravilhosa.
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Como assim? Tudo no mesmo
fôlego?
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Sim.
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É o que um chulo faz.
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Anda em carros vistosos e vive num
quarto com um aquecedor a querosene.
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Eu tinha uma amiga, então.
Ele explorava-nos a ambas.
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Ela era mais nova do que eu. Linda.
Ela era viciada, foi por isso que eu fiquei.
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Um dia não aguentei mais.
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Conheci um homem com um anel de ouro
que me levou para Brighton.
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Quando acordei ele
tinha desaparecido.
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Não me importei.
Fui ver o mar lá fora.
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Conheci um outro no cais
e isso deu para pagar a conta do hotel.
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Fiquei lá o Verão inteiro e até
consegui poupar. Voltei para Londres.
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Encontrei de novo o homem do
anel de ouro.
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Ouvi falar dos hotéis do West End.
E, com isso, um mundo novo.
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Aluguei um táxi e andei por aquela rua
à procura da Cath, mas ela tinha desaparecido.
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Se se sobrevive um ano e meio naquela rua,
é uma sorte. Eu tive sorte, saí de lá.