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Não está na memória dos homens
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que esta comunidade
sitiada e infeliz
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mas, apesar disso,
orgulhosa,
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tenha encontrado um defensor
mais corajoso e destemido
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do que este afro-americano
que aqui jaz,
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sempre indomável.
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E, volto a dizer,
como ele gostaria de ouvir,
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afro-americano.
Afro-americano Malcolm.
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O Malcolm tinha deixado
de ser negro há muitos anos.
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A palavra era muito
insignificante,
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pequena e fraca para ele.
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O Malcolm era muito maior
do que isso.
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O Malcolm tornara-se
um afro-americano.
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E queria desesperadamente
que nós, todo o seu povo,
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se tornasse também
afro-americano.
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Há os que consideram seu dever,
como amigos do povo negro,
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dizer-nos que o rebaixemos.
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Que fujamos até da presença
da sua memória...
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Que nos salvemos,
excluindo-o da história
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dos nossos tempos turbulentos.
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E nós sorriremos.
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Dirão que ele é um fanático
e racista odioso,
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que só pode trazer mal
à causa por que lutam.
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E nós só lhes diremos:
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""Alguma vez falaram
com o Irmão Malcolm?
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Alguma vez lhe tocaram
ou ele alguma vez vos sorriu?
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Alguma vez realmente o ouviram?"
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"Foi alguma vez associado
a violência
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ou alterações
da ordem pública?"
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"Se isso tivesse acontecido,
conheciam-no."
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E, conhecendo, saberiam porque
devemos honrar a sua memória.
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O Malcolm era a nossa qualidade
de homens negros e vivos.