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nem do meu primeiro piquenique,
mas...
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lembro-me muito bem
da primeira vez que ouvi
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a voz mais doce do mundo.
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Senta-te aqui, se quiseres.
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Nunca vira nada tão bonito na vida.
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Parecia um anjo.
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Vais sentar-te, não vais?
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O que tens nas pernas?
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Nada, nada mesmo.
As minhas pernas estão porreirinhas.
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Sentei-me ao lado dela,
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e conversámos o caminho todo.
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As minhas costas
parecem um ponto de interrogação.
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Sem ser a minha mãe,
nunca ninguém conversara comigo.
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És estúpido, ou quê?
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A minha mãe diz,
"Estúpido é quem estupidez faz."
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- Sou a Jenny.
- Sou o Forrest. Forrest Gump.
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A partir desse dia,
andámos sempre juntos.
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A Jenny e eu
éramos como ervilhas com cenouras.
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Ensinou-me
a subir às àrvores.
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Anda, Forrest, tu consegues.
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Eu ensinei-a a pendurar-se.
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Ela ajudou-me a aprender a ler,
e eu mostrei-lhe como se baloiça.
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Às vezes, sentávamo-nos
à espera das estrelas.
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- A minha mãe vai ficar preocupada.
- Fica só mais um pouco.
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Por qualquer razão,
ela nunca queria ir para casa.
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Está bem, Jenny, eu fico.
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Era a minha melhor amiga.
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A minha única amiga.
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A minha mãe dizia que os milagres
acontecem todos os dias.
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Há gente que não acredita,
mas é verdade.